TRATAMENTOS

Estenose de JUP

O sistema urinário é formado por órgãos que produzem e armazenam temporariamente a urina, até eliminá-la para fora do corpo. O aparelho pode dividir-se entre órgãos secretores (os rins), que apresentam a função de filtrar o sangue e produzir a urina, e órgãos excretores, responsáveis pelo seu transporte e armazenamento.

As últimas estruturas são compostas pelos ureteres (ligam os rins à bexiga) e pela uretra (responsável pela comunicação com o meio externo).

Qualquer tipo de problema nessas estruturas, como cálculos, estreitamentos ou dilatações, apresentará repercussões no funcionamento dos rins ou no transporte de urina. Dessa forma, podem aparecer:

  • Dores;
  • Sangue na micção;
  • Infecções recorrentes;
  • Outros sintomas urinários.

Em que consiste a estenose de JUP?

O parênquima renal é formado de uma massa de túbulos uriníferos e vasos sanguíneos. Cada túbulo é constituído por dois componentes distintos: o néfron e os túbulos coletores. O néfron é a unidade funcional do rim (a estrutura responsável pela formação da urina). Cada um dos rins possui em seu parênquima aproximadamente um milhão de néfrons.

Depois de produzida no néfron, a urina é transportada aos cálices menores pelos túbulos coletores. Os pequenos cálices se juntam, compondo cálices maiores que, por sua vez, chegam à pelve. Essa estrutura em formato de cone está localizada na extremidade superior do ureter.

Em algumas situações, a junção da pelve com o ureter, ou junção ureteropélvica (JUP), pode sofrer uma estenose, que consiste no termo médico para estreitamento, desencadeando sintomas urinários.

Causas

Grande parte dos casos de estenose de JUP é congênita, ou seja, o paciente nasce com uma anomalia anatômica onde a junção da pelve ao ureter é estreita. Contudo, é normal que o problema se manifeste somente na vida adulta.

A estenose congênita também pode ser provocada pela presença de vasos sanguíneos anormais, mais uma alteração anatômica que comprime o ureter, prejudicando a passagem da urina. Outras alterações são causas primárias, o que significa um estreitamento intrínseco da junção.

As causas secundárias são adquiridas e ocorrem quando o paciente possui um cálculo, um tumor ou um estreitamento por causa de cirurgia prévia na região da pelve renal. A obstrução na passagem simula uma estenose, visto que também existe um estreitamento do canal que drena a urina.

Sintomas

A longo prazo, a estenose de JUP prejudica todo o funcionamento renal, já que há uma obstrução do fluxo renal. Assim, a urina é bloqueada de sair do rim e fica acumulada em suas estruturas, causando sua dilatação (hidronefrose).

Quando isso ocorre, o rim afetado não consegue trabalhar plenamente e, assim, existe a perda progressiva de função renal.

Essa obstrução provoca uma dor lombar, já que os rins estão localizados na parte posterior do tronco. A dor pode ser mais intensa quando o paciente consome muitos líquidos, por causa da maior formação de urina.

Geralmente, a estenose de JUP acomete apenas um rim, ocasionando uma dor unilateral. Contudo, existem relatos de casos de estenose bilateral, o que prejudica mais gravemente a função renal.

Além disso, a urina estagnada vira meio de cultura para bactérias e outros patógenos e, dessa forma, podem surgir infecções urinárias de repetição. Outros sintomas que podem aparecer são sangramento na urina, por causa das lesões das estruturas renais, e hipertensão arterial.

Diagnóstico

A estenose de JUP pode ser diagnosticada através de ultrassom pré-natal, quando há uma dilatação anormal no rim. Quando mais tarde na vida, ela pode ser diagnosticada através de ultrassom de vias urinárias, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

A cintilografia renal é considerada o exame padrão ouro. Nessa análise, o paciente recebe uma substância que brilha na imagem e será captada por um colimador que reconstrói as imagens assim como uma ressonância magnética.

Caso o rim obstruído ainda apresente 30% de função renal, é válido investir na sua recuperação. Contudo, se sua função for abaixo de 10-20% pode-se deixa-lo sem intervenção ou removê-lo.

Tratamento

Algumas situações clínicas podem se assemelhar à
estenose de JUP. São elas:

  • Cálculos renais;
  • Tumores na pelve;
  • Processos inflamatórios do rim.

Por essa razão, é preciso uma avaliação de um médico especialista, o urologista.
O tratamento pode ser realizado através da observação clínica, caso o médico ache pertinente, ou ainda através de cirurgia.
Nesse caso, são avaliados fatores como:

  • Grau de obstrução do ureter e de hidronefrose;
  • Função do rim afetado;
  • Infecções de repetição;
  • Possibilidade de melhora espontânea.

Como cada caso é único, é necessário que tanto o acompanhamento quanto a cirurgia seja realizada por um médico competente e de confiança.